Cleide Martins (*)
Como sei? É só contar o número de perdas em minha vida. Num período de cinco anos foram quatro irmãos e minha mãe. Sim, esse indicador é cruel.
Não meço minha idade pelas dores nas juntas, confusões de memória – ou ausência dela, nem pelos cabelos brancos ou lentidão nos passos. Fui me dando conta de que fazer 70 anos tem a sutil presença da solidão. E solidão misturada com pandemia não me agradam.
Como sai desse combo? Sabem daqueles presentes que a vida traz e você gostaria de compartilhar com o mundo? Sabe quando algo lhe faz bem e seu maior desejo é o de que todos ganhem também? Esse é o meu sentimento. Não sei como, mas quero que essa mensagem chegue a você que sente amargura por envelhecer. Não se acomode nesse sentimento. Encontre um grupo com pessoas interessantes para se unir: seja de tricô, pintura, coral, natação ou estudos. Eu encontrei o Ideac. Sem esse grupo de estudos não estaria entrando bem na casa do 70.
Poderia estar amargurada, chata, emburrecida. Mas, pelo contrário, me sinto viva, atuante e querendo aprender mais da vida. Nele, além de conhecer gente boa, participei de eventos gratificantes, de lazer e muitos estudos. Quem sabe em 2023 possamos ter você aqui, enriquecendo nossa experiência?
Minha gratidão por esse grupo que me acolheu e permitiu viver as dores da alma no seu devido tempo, mas também prosseguir com novo olhar para essa nova fase da vida.
Programa-se para viver com um novo olhar para seu envelhecer.
(*) Cleide Martins é pedagoga e integrante do Grupo de Reflexões do Ideac