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Conheça um universo de informações para um envelhecimento saudável.

Cuidar do corpo dá trabalho, mas é essencial

(*) Maria Celia de Abreu

Nós existimos porque temos um corpo físico; cuidar dele, de sua saúde, de sua higiene, adotar práticas que previnam doenças, mantê-lo flexível e em movimento são providências que de tão obvias quase nem precisariam ser mencionadas. O cérebro é um órgão fundamental, e mantê-lo ativo, aprendendo, enfrentando desafios, absorvendo novidades é uma condição indiscutível. Claro que cuidar do corpo dá trabalho! Só que, sem um corpo, aproveitado no limite de suas capacidades, e isso varia de pessoa para pessoa, é bem complicado ter uma velhice feliz.

Outro fator importante é tomar medidas práticas para seu cotidiano funcionar melhor. Tomar a frente da sua vida, em vez de deixar os acontecimentos irem obrigando a adotar soluções imprevistas. É preciso refletir sobre como quer morar, como quer utilizar o tempo, e tomar decisões coerentes com o resultado dessas reflexões. Nessas medidas práticas está incluído um planejamento financeiro. É preciso ser realista e se lembrar que coisas que funcionaram muito bem em fases anteriores agora podem ser inúteis ou prejudiciais, e não há razão para ficar agarrado ao passado. Mas o ideal é tomar essas medidas ativamente, segundo as próprias necessidades e gostos, (o que dá trabalho!), em vez de permitir passivamente que outros o façam por você, e depois ficar criticando esses outros e se sentindo mal-amado. Isso não significa se fechar a opiniões alheias, nem se propor a fazer coisas que estão além de suas possibilidades atuais, recusando ajuda. Bom senso, equilíbrio, sempre ajudam.

Agora vem o principal… deve ser porque sou psicóloga e estou tratando de valorizar minha área… mas o emocional conta demais!

Psicoterapia, com um psicólogo conhecedor de gerontologia, tem um valor inestimável para se dar um balanço de vida, tomar novos rumos, rever a identidade atual; ignorando o preconceito de que psicoterapia não funciona para idosos!

Além disso, é preciso ter bom humor, ir atrás do otimismo, rir, encarar os eventos com leveza. Flexibilidade, resiliência, está aí uma virtude primordial para se envelhecer bem. É preciso proporcionar a si mesmo, cotidianamente, pequenos prazeres. E também se proteger de situações desconfortáveis, fazer escolhas, eliminando tudo o que for possível que lhe seja nocivo. Considero esse tempo da maturidade a fase mais propícia para se desfrutar de liberdade!

Por último, quero referir uma longa pesquisa longitudinal desenvolvida pela Universidade de Harvard, que ainda está em processo, mas que já permite a conclusão de que a variável mais importante para o sentimento subjetivo de felicidade e para a saúde física, na velhice, são as relações sociais e afetivas estabelecidas pelo idoso – uma conclusão seríssima, que deixei para o final, porque ela merece ser levada muito a sério. 

(*) Maria Celia de Abreu é psicóloga, coordenadora do Ideac e autora de “Velhice, uma nova paisagem”

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