Suely Tonarque (*)
Às vezes – na verdade, toda passagem de ano – fico mais insegura, com receio do ano, com medo de ficar doente, com angústia em relação ao ano que se aproxima, entre outros sentimentos.
Acredito que é o controle tomando espaço na minha existência – vou morrer? (claro) – vou mudar (físico, geográfico, psiquicamente?) – vou dar conta, memo velha??? Socorro!!!
Aos poucos, consigo me acalmar… Reflito: tem a literatura, o cinema, os amigos, a música, os grupos de estudo, o bordado, a vila, o trabalho, os vestidos, os irmãos, as irmãs… Socorro!!!
E, lentamente, sinto o aroma das flores, do ar leve quando chove, a brisa do sol indo embora, a alegria de me encontrar novamente…
E penso que os acontecimentos na vida são imprevisíveis, singulares e não se repetem.
“Toda vida é um navegar num oceano de incertezas”. (Edgar Morin)
O que é possível, apesar das incertezas imprevisíveis, o querer tudo???
Bem que se quis
(Marisa Montes)
“Bem que se quis
Depois de tudo
Ainda ser feliz
Mas já não há
Caminhos pra voltar
E o que que a vida fez
Da nossa vida?
O que é que a gente
Não faz por amor?
Mas tanto faz
Já me esqueci
De te esquecer porque
O teu desejo
É meu melhor prazer
E o meu destino
É querer sempre mais
A minha estrada corre
Pro seu mar
Agora vem pra perto, vem
Vem depressa, vem sem fim
Dentro de mim
Que eu quero sentir
O teu corpo pesando
Sobre o meu
Vem, meu amor, vem pra mim
Me abraça devagar
Me beija e me faz esquecer
Bem que se quis
Depois de tudo
Ainda ser feliz
Mas já não há
Caminhos pra voltar
O que é que a vida fez
Da nossa vida?
O que que a gente
Não faz por amor?
Mas tanto faz
Já me esqueci
De te esquecer porque
O teu desejo
É meu melhor prazer
E o meu destino
É querer sempre mais
A minha estrada corre
Pro seu mar
Agora vem pra perto, vem
Vem depressa, vem sem fim
Dentro de mim
Que eu quero sentir
O teu corpo pesando
Sobre o meu
Vem, meu amor, vem pra mim
Me abraça devagar
Me beija e me faz esquecer
Bem que se quis.”
Uma pausa para cantar, ouvir, sonhar, dançar com o que se quer e acreditar que a experiência do viver são as incertezas do nosso destino, o desejo de esperar o inesperado.
Termino aqui com o poema da Adélia Prado, desejando que possamos aprender a lidar com as surpresas, com o inesperado!
Exausto
(Adélia Prado)
“Eu quero uma licença de dormir,
perdão pra descansar horas a fio,
sem ao menos sonhar
a leve palha de um pequeno sonho.
Quero o que antes da vida
foi o profundo sono das espécies,
a graça de um estado.
Semente.
Muito mais que raízes.”
(*) Suely Tonarque é psicóloga, gerontóloga e especialista em moda no envelhecer
Muito bom começar esse dia de final de ano com a fala e a sensibilidade da Suely!
Obrigada!
Obrigada também ao IDEAC!
Feliz Ano Novo!!!!
Verdade, texto escolhido a dedo por Suely. Abraços e Feliz Ano Novo
Compartilhar seus sentimentos e emoções, além da escrita rica e recheada de reflexões, música e escritos, me dá felicidade! Amei, amiga querida!
Todos amamos os textos das Suely e ela terminou o ano com chave de ouro. Abraços Tati.