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Envelhecer?! Como assim?… Já?

“Talvez, como para outras pessoas, meu envelhecimento foi chegando de mansinho. Não houve dramas e até onde eu consiga compreender, não há.

Estou certa de que a loteria genética tenha contribuído para isso. Tenho boa saúde.

Tenho uma família querida que foi se enriquecendo com o tempo, se aproximando e se reconhecendo com os ganhos e as perdas que nos foram comuns e  que para mim está hoje mais presente do que nunca.

Tenho amigos queridos que consigo encontrar menos do que gostaria, mas que estão presentes sempre… muito mais do que imaginam.

Tenho a fortuna de uma vida materialmente confortável e um forte sentimento de realização na profissão que escolhi. Educação foi e é uma paixão… Novamente a conjugação do verbo se faz no presente…

Envelhecer não significa deixar de viver. Certamente, como velhos, não vivemos mais a mesma vida. Estranho seria se assim fosse… Não teríamos esse mundo de saberes que podemos reconhecer em nós mesmos e que nos proporcionam novos fôlegos para novas respostas.

A vida continua exigente conosco… não pega mais leve só porque ficamos velhos e com frequência menos potentes.

Um bom desafio vem carregado da percepção de que, embora estejamos vivendo tempos de novos discursos sobre velhos e velhices, na prática essa é uma etapa da vida sobre a qual não se fazem muitas apostas nem esforços de preservação… já passou… não vale a pena… o bom está no que é novo… Há um novo discurso, muito marketing incentivado pelas oportunidades de negócios.  Quer dizer, como velhos temos também que resistir aos desestímulos nem sempre sutis.

Por outro lado, e isso é quase uma revanche! Nossa velhice vem carregada da capacidade de nos importarmos menos com as imposições e cobranças que o mundo nos faz.  Reconhecendo tudo o que já vivemos,  daqui pra frente, podemos ou melhor, temos o direito de valorizar bem pouco o juízo que fazem de nós . Talvez a tempo de nos sentirmos mais livres para sermos nós mesmos…”

Maria Lucia Di Giovanni, educadora