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Envelhecer é um privilégio

 Sonia Fuentes (*)

“Parafraseando o querido Mario Quintana, faço uso de suas palavras:

Nascer é uma possibilidade viver é um risco envelhecer é um privilégio!

Hoje pediria a ele que acrescentasse; envelhecer bem é um privilégio. E cada vez me dou mais conta de que, para envelhecer bem, é preciso ter uma postura proativa e me responsabilizar pelo meu bem-estar. Aquela velha história de controlar aquilo que está sob nossa rédea e aceitar o que não podemos controlar. Não é tarefa pouca, mas é bem possível.

Hoje eu priorizo o que me dá alegria, felicidade e paz de espírito. Voltar a jogar tênis foi uma escolha bem acertada, trouxe a certeza de que, mesmo com 66 anos, posso encarar um jogo com uma pessoa mais jovem e brincar com a mesma euforia de 30 anos atrás quando segurei a raquete pela primeira vez. Pedalar, caminhar e nadar são esportes que me deixam muito feliz, esqueço de todos os problemas.

Recentemente fiz uma viagem de bicicleta, e poder sentir a força de minhas pernas, junto à beleza das paisagens, não tem preço –  cruzei nada menos do que centenas de figueiras, pés de romã, estradas abarrotadas de canteiros de alecrim e erva cidreira. Os cheiros, as cores e o vento no rosto proporcionaram uma paz que me levou, do alto das montanhas deslumbrantes, a reverenciar e agradecer a oportunidade de estar ali naquele lugar naquele instante. E foi uma viagem que aconteceu sem expectativas iniciais e que inundou a alma de prazer.

Além de amar viajar, conhecer novas personagens e novas paisagens, gosto de ocupar meu tempo com o trabalho. No momento atendo como psicóloga clinica alguns pacientes, a maioria no período da tarde e da noite.

É um trabalho que proporciona grandes trocas e oportunidades de conhecer o ser humano – e nessa trajetória, estamos sempre aprendendo.

Natureza, arte, cinema, leitura, carteado com amigos, fazer e ou comer uma boa refeição, escrever narrativas, teatro, brincar com meu neto, conviver com meus filhos, passear com meu companheiro, tudo me encanta. Meu mantra atual é: que eu possa continuar usufruindo do privilégio de envelhecer bem, e que eu possa contribuir para outros bons envelheceres daqueles que me cercam ou não”.

(*) Psicóloga, gerontóloga e integrante do Grupo de Reflexões do Ideac