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Lugar reservado

Lugar reservado

Suely Tonarque

 

Chegamos! Tímidas, curiosas, esperançosas, com desejo de trocar saberes, conquistar novas amigas, ouvir histórias e contar a nossa própria, conforme armazenada na memória.

Miriam, Nádia, Sonia, Irene, Maria Celia, Eloísa, Giovanna, Linda e Cristina: nosso grupo “Arte, Moda e Envelhecimento” – formado no IDEAC.

Primeiras palavras ditas no primeiro encontro, vindas do acervo da nossa memória:

Elô – experiência

Sonia – descontração

Nádia – agora

Irene – encontro

Maria Célia – realizada

Miriam – futuro

Giovanna – vivência

Linda – esperança

Cristina – oportunidade

 

“O tempo corre, o tempo é curto: preciso me apressar; mas, ao mesmo tempo, viver como se esta minha vida fosse eterna”. (Clarisse Lispector)

Assim construímos nossos encontros com delicadezas, encantamentos, vivenciando o agora, o presente tornando único cada momento, uma vivência realizada pelas nossas escolhas.

O futuro vem carregado de experiências, conhecimentos e algumas realizações; cada encontro nos remetia à escuta (a nossa e a do outro), exigindo reflexão, descontração, mudança ou permanência, ou seja: as nossas vivências.

Nossos encontros às quintas-feiras, com açúcar e com afeto – apenas 4 – nos permitiram as escolhas das fotos, dos vestidos, das palavras, das frases… As escolhas das nossas escolhas nos tornaram mais leves, o que nos possibilitou ir ao encontro do outro para dividir nossa velhice guardada na memória, como escreve Raduan Nassar (Lavoura Arcaica, Cia. das Letras, pág. 58).

“(…) na doçura da velhice está a sabedoria, e, nessa mesa, na cadeira vazia da outra cabeceira, está o exemplo: é na memória do avô que dormem nossas raízes, no ancião que se alimentava de água e sal para nos prover de um verbo limpo, no ancião cujo asseio mineral do pensamento não se perturbava nunca com as convulsões da natureza; nenhum entre nós há de apagar da memória a formosa senilidade dos seus traços; nenhum entre nós há de apagar da memória sua descarnada discrição ao ruminar o tempo em suas andanças pela casa; nenhum entre nós há de apagar da memória suas delicadas botinas de pelica, o ranger das tábuas nos corredores, menos ainda os passos compassados, vagarosos, que só se detinham quando o avô, com dois dedos no bolso do colete, puxava suavemente o relógio até a palma, deitando, como quem ergue uma prece, o olhar calmo sobre as horas; cultivada com zelo pelos nossos ancestrais, a paciência há de ser a primeira lei desta casa, a viga austera que faz o suporte das nossas adversidades e o suporte das nossas esperas, por isso é que digo que não há lugar para a blasfêmia em nossa casa, (…)”.

 

Texto de: Suely Tonarque
Foto de: Cristina Vilela

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