“Aproveitar a vida tem um significado diferente para cada momento dela. Pensando no meu hoje, eu diria que estou aproveitando a vida quando faço uma viagem indo e voltando entre o meu passado e o tempo atual, porque vou conferindo o quanto gosto de ter nascido na família em que nasci e de ter construído a família que construí.
Gosto de meus papéis sociais familiares: mãe, esposa, sogra, tia, irmã, cunhada, tia-avó. E gosto dos papéis profissionais: ser professora, psicóloga, ter fundado e ainda coordenar o Ideac. Gosto de trabalhar, estudar, aprender.
Sinto que aproveito a vida quando estou socializando, cuidando, consumindo arte, apreciando a natureza, remexendo a terra de canteiros e vasos, alisando a pelagem macia de um gato – também pode ser de um cachorro, coelho, cavalo…
Aproveito a vida quando fico em silêncio, só olhando passarinhos. Viajar é aproveitar a vida, em especial se é para encontrar a filha e o genro em país distante, mas hoje minhas viagens precisam obedecer a algumas regras de conforto, senão não me dão prazer, o que é uma novidade na minha vida.
Quando cozinho, quando faço tricô, quando recebo uma massagem… também estou aproveitando a vida. Aproveito minha vida quando sonho em como posso ajudar a tornar a sociedade mais justa e mais acolhedora para pessoas idosas”.
Maria Celia de Abreu, psicóloga e coordenadora do Ideac
